8 COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR AO SEU FILHO E EVITAR A DEPENDÊNCIA DIGITAL
Não me levem a mal nesta minha “quase obsessão”, mas realmente este fenómeno está a tomar proporções desmesuradas. Esta semana li vários artigos que abordavam a temática da dependência digital, muitos fizeram-me refletir e não resisti a partilhar algumas preocupações convosco, acabando por descobrir algumas competências realmente importantes que tenho andado a descurar neste desafio de evitar a dependência digital.
Num mundo de inovação tecnológica e de interconectividade, a aprendizagem crítica de competências essenciais de vida é cada vez mais remetida para novas aplicações, vulgo apps, e para a internet.
As crianças entre os 8 e os 18 anos passam mais de sete horas por dia frente a um ecrã, muitas vezes acedendo a diferentes formas de media e de redes sociais simultaneamente.
Somemos mais uma hora e meia extra de mensagens de texto e concluímos que hoje em dia os pré-adolescentes e adolescentes passam cerca de 9 horas por dia em dispositivos digitais.
Para evitar que este consumo tecnológico se traduza em total dependência digital, ajude a sua criança a desenvolver as seguintes 8 competências.
1 | Como ler um mapa
Ok, lá vem ela armada em antiquada. É sabido que o GPS é amplamente utilizado e facilmente disponível – sim, mas só enquanto a bateria está carregada ou exista rede disponível, correto?
Ensinar as crianças navegar usando pontos de referência, mapas, bússola, e distância estimada é essencial quando a tecnologia não está disponível. O efeito da dependência de GPS ainda tem de ser devidamente estudado, mas é possível que a dependência de GPS possa privar as crianças do feedback sensorial que a consciência espacial proporciona.
2 | Como fazer uma chamada telefónica
Embora os adolescentes e mesmo os adultos prefiram as mensagens de texto e os e-mails, a capacidade de falar ao telefone continua a ser essencial. Tal como a capacidade de reter e memorizar números de telefone, marcar encontros e mesmo em contexto profissional manter uma conversação, tudo isto são competências interpessoais que os miúdos também precisam de praticar.
3 | Como fazer uma boa caligrafia
A escrita à mão sofreu bastante com esta invasão tecnológica que já não requer que escrevamos fisicamente. Basta teclar, no entanto as competências neurológicas solicitadas para esta atividade são completamente diferentes.
Porém, a capacidade de fazer letra manuscrita é essencial nas primeiras fases de aprendizagem da leitura e da escrita, só depois temos capacidade de transferir estas aprendizagens para um teclado.
E quem não gosta de um recadinho com uma letra bem legível? Para além de que é altamente personalizada.
4 | Como escrever uma carta
Atualmente escrever cartas caiu completamente em desuso, há 30 anos atrás recebíamos pelo menos uma carta a cada duas semanas, e não eram contas para pagar. Escrever uma carta é um processo mais meticuloso e moroso, sem verificação ortográfica nem apresentação de sugestões de alteração. No entanto, uma carta escrita à mão reflete de melhor forma os nossos sentimentos e é uma ferramenta de comunicação inigualável.
Recordo bem a imensa excitação em abrir a caixa de correio, principalmente nas férias em que relatávamos todas as peripécias às amigas que estavam longe. Tão diferente do atual sentimento de nem querer abrir a caixa de correio pois com certeza só encontrarei lá mais uma conta para pagar.
5 | Como procurar informação (offline)
A habilidade de encontrar informação, quer seja procurando no dicionário ou pesquisando nos livros existentes numa qualquer biblioteca, foi uma competência completamente perdida para a geração Google, completamente dependente das respostas instantâneas.
No entanto, a pesquisa tradicional poderá trazer informações mais aprofundadas e até promover a curiosidade dos miúdos para que explorem novas ideias e recursos.
6 | Como se relacionar cara-a-cara
Hoje em dia muitas das interacções sociais simples como por exemplo, ir á loja comprar alimentos pode ser feito on-line, assim como encomendar comida para trazerem a casa pode ser feito em poucos cliques. O facto de ter aumentado a interacção das crianças com equipamentos não responsivos impede-as de aprender algumas competências sociais muito importantes.
As interações cara-a-cara, quer sejam numa conversa à mesa de jantar, quer seja numa pequena viagem de elevador são exponencialmente mais dificultadas quando dependemos dos equipamentos digitais para evitar a socialização.
A capacidade para ler as pistas de comunicação não-verbal e comportamentos sociais é também afetada quando a criança deixa de estar envolvida nas interações sociais e nas conversações, o que, em último caso pode levar à depressão, ansiedade e exclusão.
7 | Como compreender emoções
Embora semelhante ao relacionamento interpessoal, a inteligência emocional é uma competência diferenciada em adultos e crianças que sofre progressivamente nesta era tecnológica. Embora as redes sociais tenham quebrado barreiras de comunicação, torna-se cada vez mais difícil interiorizar emoções e desenvolver a empatia, especialmente quando os sentimentos de auto-estima estão diretamente ligados ao número de “likes”.
Ensinar as crianças a gerirem as suas emoções e stress, dar-lhes ferramentas de resolução de problemas, são algumas das componentes da dita Inteligência emocional.
8 | Como “desligar” e apreciar o exterior
Brincar ao ar livre, proporciona inúmeros benefícios psicológicos, além de garantir um maior sucesso académico e uma melhor saúde geral. Está também relacionado com uma competência de vida que mesmo os adultos têm de aprender: desconectar na era digital.
Helena Gonçalves Rocha
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