MÃE, QUERO UM CÃO!…
MÃE, QUERO UM CÃO!… Ó Mãe, deixa lá… eu tomo conta e vou à rua e tudo e tudo e tudo…
Recordo este meu pedinchar, anos e anos a fio e a resposta era invariavelmente a mesma: “Não, quando tiveres a tua casa arranjas um cão”.
Fui crescendo determinada que seria isso que aconteceria assim que saísse de casa dos meus pais. No entanto, a minha primeira casa foi um apartamento e rapidamente avaliei que também não seria bom para o MEU cão, estar todo o dia fechado num pequeno espaço. Claro está que a minha Mãe não tardou: “Então, já não queres o cãozinho?”
Quando mudei para uma casa com espaço exterior pensei logo que estariam todas as condições reunidas para que este sonho se concretizasse, o meu filho tinha dois anos quando a nossa cadela chegou a nossa casa e passou a fazer parte da nossa Família. Cadela de médio porte, brincalhona, frenética, meiga e inteligente, adotada aos 8 meses, rapidamente se integrou em toda a nossa rotina.
Os passeios na praia a correr atrás das gaivotas, acompanhar os nossos passeios de bicicleta, os saltos em altura para alcançar as pinhas, tornaram-se a sua imagem de marca. O meu filho aprendeu rapidamente a andar de bicicleta sem cair, com a cadela a interrompê-lo e driblá-lo no seu percurso. Ele pequenino passeava o cão grande de ar feroz, parece um lobo, diziam, enquanto ele segurava a trela imponente, cheio de auto-estima e confiança.
Quando chegou o novo bebé, tememos a sua reação. Mas, qual irmã mais velha, foi lentamente aprendendo a partilhar o seu espaço, dividir atenções, proteger dois em vez de um. Rapidamente descobriu que tinha chegado a sua melhor companheira de brincadeiras, que ainda pequena cavalgava nas suas costas e que lhe sabia coçar a barriga como ninguém.
Os animais de estimação, e neste caso o cão trazem inúmeros benefícios quando integrados em famílias com crianças. O sentido de responsabilidade, a empatia, as competências de socialização, um aumento da auto-estima.
Na interação que a criança estabelece com o cão, ela sente-se amada, compreendida e respeitada, pois não lhe são pedidas explicações e está sempre disponível para a interação. Os animais de estimação oferecem carinho, aconchego e companheirismo e muitas das vezes, até alguma cumplicidade nas “asneiras” feitas em conjunto.
A criança aprende a cuidar e respeitar, a levar em conta as necessidades alheias.
Muitas das vezes é com os seus animais de estimação que as crianças experienciam a primeira experiência de perda, com a morte do seu companheiro. Aqui é sempre doloroso para todos os elementos da família, mas, para os mais pequenos deveremos explicar que tal como as pessoas, os animais também têm um ciclo de vida, e que chegou a vez do nosso amigo. Dizer que ele foi para um lugar melhor e que agora está tranquilo e feliz, apesar de parecer um clichê, pode ajudar a criança a sentir-se melhor.
Respeitar a dor da perda, falar sobre o que aconteceu, rever fotografias e ficar com recordações, são rituais que nos ajudam a todos a lidar com a partida do nosso amigo.
A nossa cadela acompanhou-nos durante 14 anos e foi muito difícil vê-la partir, as nossas crianças, agora adolescentes sofreram muito e têm muitas saudades da sua companheira de quatro patas, mas compreenderam que tinha chegado a sua vez e que ela fará sempre parte das suas boas recordações de infância.
Passado uns meses chegou um novo bebé de quatro patas, desta vez com apenas dois meses e com muitas exigências de cuidados e atenção. A idade das nossas crianças é outra, o envolvimento nos cuidados e brincadeiras é completamente diferente, agora são eles os crescidos que têm a responsabilidade de educar e cuidar.
Ter um cão que faça parte da sua rotina familiar é sem dúvida uma experiência que recomendo!
Helena Gonçalves Rocha
Nós aqui educamos para isto.
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